Saturday, April 27, 2013

A RUA É TUA

Descansa, Pedro. Já leste muito, já tomaste muitas notas. Mas o cérebro não consegue parar. É o que é. Tens em ti a vontade e a potência da vida. Produzes ao ritmo da vida. Não andas com queixumes, competições, fados, fatalidades. Escreves porque é isso que sabes fazer. Hoje serias capaz de escrever o poema contínuo. Travas uma batalha com o papel. Começas a ser mestre nestas coisas. Estás aqui nos "Sonhos de Verão" e já estás muito longe, num espaço muito para lá das mesas, das cadeiras, dos bolos e do cliente que entra e pede um pingo. Estás noutro lugar sem precisares de ácidos ou de cocaína. A mente está a libertar-se. És capaz de o sentir fisicamente. És mesmo doido, Pedro. Consegues fugir completamente às normas. Navegas no "barco ébrio" dentro do teu pensamento. Não és realmente daqui. Pertences à vida e ao além da vida. Como pudeste perder tanto tempo com coisas pequenas e mesquinhas? Estavas a aprender, sobretudo quando fizeste asneiras. Estavas a pôr a realidade à prova, como o Jim. É o que fazes agora. Estás para lá da política e da economia. És íntegro, integral. O tempo é teu. A rua é tua. Talvez a mulher seja também tua. Ainda não a compreendeste. Olhas para ela. Porque não danças?

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