Friday, September 28, 2012

SOLIDÃO E DEPRESSÃO

Apesar da internet, da televisão, dos telemóveis, as pessoas estão cada vez mais sós. Portugal é o segundo país da UE no consumo de antidepressivos. A solidão traz consigo a depressão e outras doenças mentais, para além de provocar o suicídio. Tudo isto tem lugar num mundo de pressas, sem amor, sem alma, onde reina o salve-se sem puder, o capitalismo, a rapina. Onde reina a competição, a competivi...dade, o passar por cima dos outros, o roubo de direitos e dos parcos rendimentos, a mercearia. Não podemos aceitar que eles nos ponham doentes, que eles nos roubem a alegria da vida, o milagre da vida. Unamo-nos. Prossigamos a revolta. Assim deixaremos de nos sentir sós. Não deixemos que eles nos matem de fome, de tédio ou de depressão.

Wednesday, September 19, 2012

A REVOLTA

Arquivo: Edição de 18-12-2008 SECÇÃO: Opinião António Pedro Ribeiro A REVOLUÇÃO GREGA Talvez da Grécia venha algo de novo. Talvez da Grécia venha a revolução. O assassinato de um rapaz de 15 anos pela polícia reacendeu tochas que pareciam apagadas. A tocha do anti-autoritarismo, a tocha do anti-capitalismo, traduzida na fúria contra os bancos e as bolsas, os verdadeiros culpados da crise capitalista. Em Atenas queimam-se automóveis, lojas, bancos, e põem-se a nu os podres dos "gestores" que acumulam cargos e rapinas nas empresas e bancos da crise. A revolta grega, despoletada por grupos anarquistas, é o grito daqueles que dizem basta a um mundo que promove a morte das relações humanas livres e autênticas, a morte dos sentimentos, a morte das pulsões vitais, a morte da fraternidade, a morte da criatividade, a morte do Homem. A revolta grega é o grito pela vida, o grito dos que se fartaram de esperar, o grito dos que pouco ou nada têm a perder. We Want the World and We Want it...Now! Tal como em 68 não são os jovens dos subúrbios nem os operários que começam por se revoltar mas sim os filhos da burguesia, os estudantes. We Want the World and We Want it...Now! Queremos o mundo mas queremo-lo agora! Agora, tem que ser agora. Não há tempo a perder. É a vida que nos empurra. Não há dúvidas nem hesitações. A frase de Jim Morrison volta a soar, a bater, insistente, perfurante, dilacerante. We Want the World and We Want it...Now! Todas as missas chegaram ao fim, todas as máscaras se desmascaram, todas as infâncias vêm dar aqui, todas as convicções são postas à prova, uma nova era começa aqui. Este é o princípio do fim do capitalismo.

Monday, September 10, 2012

SABEDORIA, JUSTIÇA E AMOR UNIVERSAL

Para Bertrand Russell, Buda, Jesus, Galileu e Pitágoras foram os homens mais poderosos de sempre. Nenhum deles procurou o tipo de poder que escraviza outros mas o tipo de poder que liberta. “Não é, em última análise, através da violência que os homens são dominados, mas através da sabedoria daqueles que apelam aos desejos comuns da humanidade, à felicidade, à paz interior e exterior e ao entendimento do mundo em que, sem ser por escolha própria, temos de viver”, afirma Russell. A sabedoria, a justiça e o amor universal são valores que se sobrepõem ao sucesso pessoal. Esses valores seguidos por sábios e profetas, a que acrescentamos Sócrates, Platão e Nietzsche, enriquecem o homem, tornam-no melhor, mais puro. Afastam-no da ideologia da competição, do salve-se quem puder, do passar por cima dos outros, do capitalismo. Fazem-no regressar a si mesmo, àquele que era quando nasceu, desperto para a descoberta, para a eterna novidade do mundo. Ainda segundo Russell, devemos ensinar as nossas crianças a evitar serem “destruídas por fanáticos cruéis” e pelos especuladores e capitalistas, acrescentamos nós, “devemos procurar produzir uma independência de espírito algo céptica (…) e preservar tanto quanto possível a alegria instintiva de viver”. Devemos incentivar a criatividade individual, o amor, a liberdade. Devemos ajudar a construir um homem novo.

Friday, September 07, 2012

A REVOLUÇÃO

As jornalistas da televisão já falam na revolução. A revolução deixou de ser tema tabu para se tornar uma possibilidade real. E, de facto, mesmo em Portugal a passividade pode explodir em desespero e revolta. O desemprego, a precariedade, a pobreza, o risco real das classes médias caírem na pobreza mas também o não sentido da vida actual dominada pelos banqueiros e pelos mercados podem conduzir a ...uma situação explosiva. Há quem comece a questionar o “nascer, trabalhar, morrer”, a via do sacrifício permanente, sem gozo, sem alegria, sem liberdade. Há apenas uns fogachos, uns momentos em que nos permitem ser autênticos e livres, umas migalhas que nos concedem. Que venha a revolução e que venha depressa.

Wednesday, September 05, 2012

O SAFANÇO

As pessoas passam a vida a safar-se nesta barbárie civilizada, nesta barbárie pseudo-democrática. Safar-se na escola, nas notas, safar-se na pertença a um grupo. Depois tentam parecer-se ou tornar-se iguais aos outros, safar-se no emprego, na carreira, agradar ao chefe, tornar-se chefe. Raramente são autênticas, raramente vemos pessoas autênticas, andam sempre stressadas com alguma coisa. O medo, os fantasmas, o relógio. Que raio de vida é essa?

Saturday, September 01, 2012

A CAMINHO DA PERFEIÇÃO

“No coração, apenas tenho o desejo de me tornar cada vez mais perfeito e, para isso, julgo não poder encontrar ajuda mais eficaz do que a tua”, diz Alcibíades a Sócrates em “O Banquete” de Platão. Quais riquezas, quais poderes, apenas o desejo de se tornar cada vez mais perfeito sob os ensinamentos de Sócrates. Apenas a procura da sabedoria, da virtude, da iluminação com despojamento. Assim se constroem os grandes homens, assim se engrandece o mundo. Dialogando, filosofando, escutando os mestres. Nada de mesquinhez, de pequenez, de falsidade. Homens e mulheres íntegros, livres, a discutir o novo mundo. Nada mais belo, nada mais puro. Homens e mulheres criando, buscando a perfeição.