Monday, August 06, 2012

BÁRBAROS

Se por um lado apelo ao amor e à poesia, por outro, constato a ignorância, a mesquinhez, a pequenez de muitos dos meus semelhantes. Contentam-se com programas televisivos imbecis, com telenovelas, com futebóis, com revistas cor-de-rosa. Não há qualquer elevação. É a vida trabalho-casa. Não podemos contar com eles para a revolução. Acabam por votar sempre no PSD ou no PS. Nascem, vão à escola, começam a trabalhar, casam-se, fecham-se na família, morrem. O que trazem de novo ao mundo? Nada, absolutamente nada. Alguma vez questionaram o poder? Alguma vez participaram numa manifestação? Alguma vez filosofaram sobre a polis e sobre a vida? Que homens e mulheres são estes? Vieram “ganhar a vida”. Nada mais. Safam-se. Sabem lidar com o dinheiro. Nada mais. Nenhuma alma. Nenhum sonho. Nenhuma poesia. Só o útil, o utilitário. Só a rotina. Que vida é esta? Que gozo, que alegria? Não, não contamos com eles. Nem sequer querem ser livres. Não lêem um livro, não vão ao teatro, não pensam por si próprios. Não têm imaginação. Não vivem.

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