Monday, April 02, 2012

COMO O JAIME E COMO O PACHECO


Estou no Piolho. Não espero ninguém. Apareceu o Toni Simões de Braga. Pagou-me dois finos. De facto, estou como o Luíz Pacheco, como o Jaime Lousa. Vou cravando uns trocos. Sou o poeta do Piolho. Aqui permaneço. Aqui reino. Começa a ser tempo de publicar um livro novo. O fernando Alvim encomendou-me um manual de instruções sobre a Revolução. Já comecei a escrevê-lo. Tenho de reler Marx, Proudhon, Bakunine. Vou também ver o jogo do Braga a ver se o Braga passa para primeiro. Estou mesmo como o Jaime e como o Pacheco. Um poeta que vive como poeta. Um poeta do amor louco. Um poeta que escreve à mesa do Piolho enquanto as mulheres não vêm. Gostava mesmo que o Braga ganhasse. Sou de lá, mesmo que vá lá menos vezes agora. Nunca mais vi o Rocha. Fazem-me falta as suas análises sociológicas. De resto, o debate intelectual anda muito pobre. Mais vale um homem dedicar-se à escrita. Enquanto houver papel, caneta, mesa e cadeiras está-se bem. Olha, o Sebastião Alba escrevia nos bancos de jardim à luz dos candeeiros. Espero não chegar a esse ponto. Se estivesse na Grécia antiga era tratado como um rei. Agora tenho de gramar cretinos como o Mourinho na televisão. Talvez me passem a pagar para escrever ou para dizer poesia. Estou mesmo como o Jaime e como o Pacheco. Oxalá o Braga ganhe.

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