Friday, March 02, 2012

A CONSTRUÇÃO DO HOMEM


Construir o homem anti-burguês, como Platão e Rousseau preconizam. Dar-lhe a conhecer obras que lhe desenvolvam o espírito e a criatividade, que o afastem do calculismo, da preocupação exclusiva com a auto-conservação e com o conforto. No fundo, preservá-lo da propensão para o ganho, para a competição, para o capitalismo. Como defendem Sócrates e Platão trata-se de arrancá-lo da caverna, de trazê-lo para a luz, o que "requer a descoberta da natureza que há debaixo das várias camadas de convenções", "da teia de opiniões e de mitos", de sombras, como afirma Allan Bloom em "Gigantes e Anões". É este o caminho do filósofo, daquele que procura o conhecimento, daquele que ultrapassa os preconceitos. É possível transmitir estes ensinamentos às crianças, aos jovens, a alguns adultos. O homem é um ser em construção, não deve ser um burguês, um macaco trepador. Não podemos aceitar a dominação imbecil de uma chimpanzé alemã, de um bando de especuladores que jogam com números e percentagens, da máquina de propaganda mediática. Temos de voltar ao que há de belo e nobre no homem, na senda de Sócrates, Platão, Rousseau e Nietzsche. Esse homem existe. É o filósofo e o artista. Temos de educá-lo. De retirá-lo da barbárie que está a destruí-lo. Temos de amá-lo.

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