Wednesday, March 16, 2011

A HORA DO HOMEM



A HORA DO HOMEM

António Pedro Ribeiro

12 de Março é um marco. 200 mil em Lisboa, 80 mil no Porto, outros milhares noutras cidades. Há muito que não se viam manifestações com esta dimensão. Sócrates foi censurado na rua. Os desempregados, os precários, os reformados, os injustiçados deste país revoltaram-se contra Sócrates e contra as tropelias de quase toda a classe política. Certamente que várias coisas dividem os manifestantes mas une-os o sentimento de que a situação de corte atrás de corte, dos PEC's impostos por Merkel não pode continuar. Aqui e ali gritou-se a palavra "revolução". Aqui e ali ouviram-se as canções de Abril. Não é mais possível uma vida tão castrada, programada, entediante. Não é possível descer assim tão baixo. há, de facto, ainda confuso, um novo homem a crescer. O homem de Nietzsche e de Morrison que cria, canta e dança. O homem que enfrenta, desarmado, os poderosos. O homem que os denuncia na praça pública, em frente a toda a gente. O homem global que não se contenta com casos pessoais nem com reivindicações sectoriais. O homem que sente que está a chegar a sua hora. O homem da revolução sem chefes, dirigentes ou hierarquias. O homem do mundo e da vida.

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