Sunday, March 27, 2011

NOVAS FORMAS DE LUTA

É possível que o futuro lembre-se de 8 de dezembro de 2010 como o dia em nasceu o hacktivismo, ou hacker-ativismo, global. Pela manhã, centenas de jovens, agindo a partir de vários pontos do planeta e articulados numa rede de nome Anonymous, iniciaram um cerco ao site global da operadora de cartões de crédito Mastercard. Conseguiram mantê-lo fora do ar, ou torná-lo absurdamente lento, ao longo de várias horas — a ponto de obrigar a empresa a reconhecer o colapso. Nas horas e dias seguintes, foram atacados outras empresas ou instituições que se envolveram na perseguição arbitrária ao Wikileaks, ou defendem formas de controle autoritário da internet. Entre eles, Visa, PayPal e o banco suíço Post Finance (que bloquearam, sem ordem judicial, as doações e contas bancárias do site cujas revelações perturbam os poderes); a procuradoria da Suécia (que lançou contra o jornalistas Julian Assange uma acusação inverossívil de estupro); o senador norte-americano Joe Lieberman (autor de um projeto de lei que autoriza o presidente dos EUA a fechar sites, alegando razões de “emergência”).
Não foi, propriamente, a primeira ação. Há anos, há sinais de hacking coletivo com fins vagamente políticos. Mas o feito da semana passada distingue-se tanto pela envergadura dos alvos atingidos quanto por três novidades essenciais. Lutou-se em favor de uma causa capaz de despertar apoiadores em muitos países: a liberdade de expressão, materializada em especial numa internet livre de censura. Difundiram-se instrumentos de ação que podem ser empregados por qualquer pessoa com acesso à internet, e aperfeiçoados no futuro. Produziram-se fatos cuja relevância e repercussão, já enormes no primeiro ensaio, podem crescer indefinidamente, num mundo em que poder e dinheiro circulam, cada vez mais, na forma de bits.
Surgiu, em suma, o embrião de uma nova forma de ação política. Examinar a história, ideologia de fundo é métodos do Anonymous tornou-se importantíssimo. Conhecer sua evolução – de uma comunidade juvenil para troca de imagens até uma teia capaz de amedrontar instituiçoões financeiras internacionais – é, além disso, fascinante.
Decretadas em dezembro, a prisão de Julian Assange e as medidas autoritárias contra o site de que ele é referência desenharam, para um Anonymous remobilizado, um conjunto de alvos óbvios. A Operation Payback voltou-se com velocidade de enxame contra as corporações financeiras e instituições envolvidas na perseguição ao Wikileaks. E cresceu muito, nesta ação. Gregg Housh, um membro veterano, contou ao jornalista John Markoff, do New York Times, que nunca vira tanta gente, nos fóruns eletrônicos do Anonymous. Segundo suas contas, havia 1500 pessoas, em todo o mundo, prontas para agir. O motivo era simples. “Para todos nós, ele [Assange] é um prisioneiro político”, afirmou Housh. Alguém a quem não se podia negar solidariedade imediata. “Lutamos pelas mesmas razões. Queremos transparência e enfrentamos a censura”, disse a Markoff outro participante do contra-ataque.
“Sabemos que nossa ação é ilegal, mas sentimos que a causa é justa e jugamos que o possível resultado vale o risco. Se deixarmos o Wikileaks cair sem luta, os governos pensarão que podem derrubar qualquer site que discordar”, explicou, numa entrevista ao TheGuardian londrino, um integrante do Anonymous que se identificou com seu codinome na rede, Coldblood (Sanguefrio).
Em contrapartida, as relações que o grupo cultiva entre si mesmo são a antítese do comando centralizado e hierarquia característicos da antiga tradição marxista. Não há chefes, ou estrutura. A
rigor, o Anonymous não pode ser sequer chamado de grupo, porque não é composto de membros. Sua
única materialidade são, paradoxalmente… as ideias.
Na semana passada, um repórter da revista Economist entrou, identificado, num destes messageboards. Impressionou-se com a extensão da rede: nos minutos em que permaneceu, teve a companhia de gente da Noruega, Nepal, Leste da Rússia, Nova Zelândia
“Mastercard e Visa, que intermidiam relações humanas essenciais, feriram a ética e a lei. Sem respaldo de nenhum processo legal, bloqueram o direito de milhares de cidadãos a contribuir com o Wikileaks.

Saturday, March 26, 2011

PERIGO NUCLEAR

Japão
Mar junto a Fukushima tem radioactividade 1250 vezes acima do limite de segurança
26.03.2011 - 13:11 Por Helena Geraldes

O nível de radioactividade no mar ao largo da central nuclear de Fukushima Daiichi subiu 1250 vezes acima do limite de segurança, depois de duas semanas de crise naquela central de seis reactores.
A agência garante que a radioactividade não é uma ameaça imediata para as pessoas que vivem num raio de 20 quilómetros (Foto: Damir Sagolj/Reuters)

Os níveis de iodo-131 em excesso foram detectados ontem na água do mar, 330 metros a Sul da central, informou a Agência japonesa de Segurança Nuclear, citada hoje pela estação de televisão japonesa NHK. Este é o valor de radioactividade mais elevado detectado no mar junto a Fukushima desde que as medições começaram, esta semana. Na terça-feira, os níveis de iodo radioactivo eram 126 vezes superiores ao limite fixado pelo Governo nipónico no Oceano Pacífico.

A Tepco (Tokyo Electric Power Company) ainda mediu a concentração de césio-137 e encontrou uma concentração quase 80 vezes superior ao limite legal.

A central estima que água radioactiva de um dos reactores da central pode estar a infiltrar-se no subsolo e a chegar ao mar.

A agência garante que a radioactividade na água do mar não representa uma ameaça imediata para as pessoas que vivem num raio de 20 quilómetros, até porque as correntes marinhas ajudam a dispersar o iodo e a diminuir os níveis de contaminação. Os materiais radioactivos já terão sido diluídos "significativamente" quando forem ingeridos pelas espécies marinhas, acrescenta a agência. A actividade pesqueira está suspensa naquela zona.

Olivier Isnard, especialista do Instituto de Radioprotecção e Segurança Nuclear (IRSN) ouvido pela agência AFP, está preocupado. "A água altamente radioactiva escorre dos edifícios da central e regressa ao mar, o que é preocupante para os peixes e algas". Ainda assim, a quantidade de radioactividade absorvida pelas algas e animais marinhos pode ser menor se as marés conseguirem diluir o iodo.

Hoje, o porta-voz do Governo, Yukio Edano, disse em conferência de imprensa que é difícil prever quando é que a crise na central de Fukushima vai acabar. "Estamos a tentar evitar que a situação piore", citou a agência de notícias japonesa Kyodo.

O que se passa na central de Fukushima Daiichi

A corrida contra o tempo continua na central nuclear, onde cerca de 300 engenheiros trabalham em turnos para estabilizar os seis reactores, danificados pelo sismo de magnitude 9,0 e tsunami de 11 de Março. Mas, várias vezes, as operações na central são interrompidas por picos de radioactividade e dificuldades técnicas.

Hoje está a ser injectada água doce, em vez de água salgada, no edifício do reactor 2. A medida foi tomada para evitar a acumulação de sal no interior do reactor, o que poderia dificultar o arrefecimento da central.

Quanto ao reactor 1, a Tepco informou hoje ter encontrado água fortemente radioactiva no subsolo do edifício da turbina. "Pode ser água dos vasos de contenção do reactor que se escapou por túneis ou válvulas danificadas que ligam (o reactor) ao edifício da turbina", explicou à AFP um responsável da agência de segurança nuclear. Água com uma altura de um metro também foi encontrada no subsolo dos edifícios da turbina dos reactores 2 e 4, impondo a realização de análises para verificar se está contaminada.

Anteontem, três funcionários a trabalhar num dos edifícios da central, ligado ao edifício onde está o núcleo do reactor 3 - que utiliza plutónio, mais tóxico do que o urânio usado nos outros cinco reactores - foram expostos a água, com um nível de 15 centímetros, com materiais radioactivos 10.000 vezes superior aos níveis normais no interior de um reactor nuclear. Isto corresponde a 3,9 milhões de becquerels de substâncias radioactivas por centímetro cúbico, explicou a estação de televisão japonesa NHK.

Dois deles foram hospitalizados devido a possíveis queimaduras nos pés causadas pela radiação, informou a operadora da central, Tepco (Tokyo Electric Power Company), citada pela agência de notícias japonesa Kyodo.


www.publico.clix.pt

REVOLTA NA SÍRIA

Síria: Polícia mata mais 12 manifestantes que pedem agora a queda de Bashir al-Assad
26.03.2011 - 16:39 Por Ana Gomes Ferreira

As forças militares sírias atiraram granadas de gás lacrimogéneo para dispersar um protesto em Deraa, a cidade do sul do país. Os manitestantes exigem a saída de Bashir al-Assad do poder, depois da repressão armada ter feito mais 12 mortos na sexta-feira, segundo a CNN.
Manifestantes destruíram um poster gigante de Bashir al-Assad em Deraa (REUTERS)

Apesar do regime ter tentado travar o movimento de contestação anunciando a libertação de 230 presos islamistas, milhares de pessoas juntaram-se no funeral vítimas dos disparos dos últimos dias e queimaram bandeiras do partido do Presidente, o Baath.
O embate entre a população e o dirigente começou há uma semana em Deraa. Por duas vezes a polícia e os militares abriram fogo contra a população, fazendo um número não confirmado de mortos – 15 segundo algumas agências noticiosas, várias dezenas para algumas estações de televisão. A Amnistia Internacional diz que foram mortas 55 pessoas na Síria na semana passada.

Hoje, logo de manhã, o nome dos “mártires” foi lido em voz alta nas mesquitas de Deraa. Milhares de pessoas da cidade e dos arredores juntaram-se gritando a palavra “liberdade”. Três homens despiram as camisas e subiram para cima da estátua de Hafez al-Assad (pai de Bashir, a presidência foi passada de pai para filho) que já tinha sido derrubada.

Um dos cartazes dizia “O povo exige a queda do regime” – nas primeiras manifestações a palavra de ordem era “mudanças no regime” e não punha e causa a permanência de Bashir al-Assad no poder. Agora o canto é idêntico ao que se ouviu na Tunísia e no Egipto e ainda se faz ouvir no Iémen.

Em Tafas, cidade próxima de Deraa, e depois do funeral de outra vítima, os manifestantes queimaram bandeiras do Baath e pegaram fogo a uma esquadra de polícia, que desta vez não ripostou.

No início dos protestos por reformas, os sírios deram o benefício da dúvida ao Presidente, que muitas vezes falou nelas mas nunca as aplicou. Mas depois da prisão de alunos das escolas secundárias que, na sequência das manifestações e vitórias na Tunísia e Egipto, pintaram palavras de ordem nas paredes, da promessa quebrada de negociações e da repressão armada que se seguiu – com o pretexto de os manifestantes serem gangues violentos –, os sírios dão sinais de terem atingido um novo patamar na revolta.
“Esta autoridade opressora teve-nos debaixo de grande grande pressão. Agora quando passamos [por forças de segurança] eles já não dizem nada. Não se atrevem a falar com o povo. Porque o povo já não tem medo”, disse à Reuters um habitante de Deraa, Abu Jassem.

Abdelhalim Khaddam, que foi vice-presidente e se demitiu em 2005, abandonando também o Partido Baath, disse que "o sangue dos mártires irá apagar este regime".

No Facebook surgiu uma página de incitamento à revolta em toda a Síria. Hoje, ao início da tarde, já contava com quase 70 mil aderentes. Para contar espingardas, o regime marcou uma manifestação a seu favor em Damasco e, na sexta-feira, foram muitos os que na capital se juntaram para mostrar fotografias de Assad.


www.publico.clix.pt

Friday, March 25, 2011

COMUNICADO DO PCTP/MRPP

NOTA À IMPRENSA



A demissão de Sócrates representa uma grande vitória do povo português.

Cavaco Silva deve aceitar imediatamente a demissão do Governo e convocar eleições.



1. Como é sabido, o PCTP/MRPP foi o único partido que de há muito defendeu a necessidade de derrubar o governo de Sócrates.


2. A recente demissão de Sócrates é, pois, uma grande vitória do povo português e representa uma derrota para todos quantos, da direita à esquerda parlamentar, não quiseram ou se opuseram a esse derrube.


3. Sócrates, como o nosso Partido sempre denunciou, foi e é pequeno, na cultura e na democracia, mentiroso, arrogante e prevaricador na perseguição às pessoas simples do povo, pelo que foi um facto muito positivo ter sido finalmente derrubado.


4. Importa é evitar que essa vitória seja – face à estrondosa derrota da pretensa esquerda parlamentar, incapaz de apresentar qualquer alternativa ao povo – embolsada pela direita.


5. Do ponto de vista dos trabalhadores, ou seja, da verdadeira esquerda, essa alternativa existe e encontra-se na constituição de um governo democrático e de esquerda, com vista a resolver os problemas do Povo Português, com um programa de desenvolvimento económico e um plano de combate ao desemprego.


6. Todos os partidos parlamentares, incluindo o B.E. e o P.C.P., têm apresentado propostas para resolver o problema de uma dívida pública que não foi contraída pelo povo português.

Mas nós não temos um problema de dívida, mas sim um problema de fome, de miséria e de desemprego.


7. Nesta matéria, o PCTP defende a imediata realização, pelo Banco de Portugal, de uma auditoria à dívida, para se definir exactamente quanto, porquê e a quem deve Portugal.

Por nós, entendemos que não se deve pagar a dívida, mas estamos dispostos a trabalhar com aqueles que defendam, no mínimo, um reescalonamento dessa mesma dívida.


8. O PCTP/MRPP exige a imediata aceitação da demissão de Sócrates e a imediata convocação de eleições, e opõe-se a quaisquer manobras dilatórias de Cavaco Silva, que visam apenas aumentar o apodrecimento da situação e favorecer uma votação mais alargada no seu partido, o PSD.


Lisboa, 24/03/2011



A Comissão de Imprensa

do PCTP/MRPP

Wednesday, March 16, 2011

PELO HOMEM DA VIDA E DA TERRA


MANIFESTO PELO HOMEM DA VIDA E DA TERRA

António Pedro Ribeiro

As catástrofes naturais têm culpados. O recente terramoto e tsunami, acompanhado de riscos de contaminação nuclear, no Japão tem um culpado: o homem, alguns homens. O homem tem destruído a mãe-natureza. E a mãe-natureza revolta-se, como se tem visto particularmente nos últimos anos. Por outro lado, há muito que está provado que a opção nuclear, como se viu em Chernobyl, como se vê agora no Japão tem efeitos devastadores.
"Que têm eles feito da Terra?", gritava Jim Morrison. É necessário também aqui um novo homem. É necessário um homem que não agrida mais a natureza nem os animais, um homem que se sente à mesa com os homens de todas as etnias, de todas as cores, um homem que acabe com a energia nuclear e com a poluição. Para isso, claro, teremos de combater os interesses instalados. Teremos de tomar a rua, até que muitos outros acordem e percebam que a Humanidade e a Terra estão em perigo. É uma questão de vida ou de morte. Estamos a lutar pelos nossos filhos, pelos nossos netos, estamos fartos de políticos corruptos, charlatães e vendidos, estamos fartos de ser governados por especuladores, banqueiros e empresários que só buscam o lucro, estamos fartos de meias-tintas, de negociações, de "tantos rodeios". Queremos o novo homem, o homem com o sentido da Terra, de Nietzsche, o homem que ama a Vida e a Terra. O Homem da Vida e da Terra.

A HORA DO HOMEM



A HORA DO HOMEM

António Pedro Ribeiro

12 de Março é um marco. 200 mil em Lisboa, 80 mil no Porto, outros milhares noutras cidades. Há muito que não se viam manifestações com esta dimensão. Sócrates foi censurado na rua. Os desempregados, os precários, os reformados, os injustiçados deste país revoltaram-se contra Sócrates e contra as tropelias de quase toda a classe política. Certamente que várias coisas dividem os manifestantes mas une-os o sentimento de que a situação de corte atrás de corte, dos PEC's impostos por Merkel não pode continuar. Aqui e ali gritou-se a palavra "revolução". Aqui e ali ouviram-se as canções de Abril. Não é mais possível uma vida tão castrada, programada, entediante. Não é possível descer assim tão baixo. há, de facto, ainda confuso, um novo homem a crescer. O homem de Nietzsche e de Morrison que cria, canta e dança. O homem que enfrenta, desarmado, os poderosos. O homem que os denuncia na praça pública, em frente a toda a gente. O homem global que não se contenta com casos pessoais nem com reivindicações sectoriais. O homem que sente que está a chegar a sua hora. O homem da revolução sem chefes, dirigentes ou hierarquias. O homem do mundo e da vida.

OS SENHORES DO MUNDO

A nova era da escravidão - Clube Bilderberg – Os Senhores do Mundo (por Jorge Messias)
Os ângulos de abordagem usados pelos comentadores para a análise e explicação das causas da actual crise do capitalismo global raras vezes têm colocado a hipótese de se poder estar em presença de um plano sofisticado arquitectado pelos próprios detentores do grande capital. Mas não é possível deixar passar em claro que aspectos decisivos marcam a diferença que existe entre a forma como a presente crise surgiu e se desenvolveu e a génese das outras crises cíclicas do capitalismo.

Existe uma gestão da actual crise. Esta tese foi desenvolvida e densamente fundamentada num trabalho de Daniel Estulin cujo título original é bem descritivo – The Road to Tyranny: Total Enslavement. Na tradução portuguesa intitula-se Clube Bilderberg – Os Senhores do Mundo.
O livro de Estulin contém revelações sensacionais. Se nas sociedades ocidentais tudo se encobre com o manto da democracia, a realidade política e social é bem diferente. Nunca o produto do trabalho foi tão mal repartido. Nunca, depois de Hitler e de Mussolini, as áreas do poder se aproximaram tanto dos modelos concentracionários da Nova Ordem Mundial que o nazi-fascismo se propôs concretizar. Sabe-se agora que a História não faz este desvio por acaso. Existe um governo central invisível que procura controlar o mundo e fazer recuar o processo histórico de libertação do homem.

A escalada do poder totalitário

Em última instância, a Nova Ordem da globalização pretende inverter, na medida dos interesses dos mais ricos, todas as leis sociais que consagram a emancipação dos povos. Importa que o grande capital se apodere do poder e abra caminho, custe o que custar, à instalação de um só governo global dispondo de um só exército mundial, de um só mercado único e de um só Banco Mundial regulador da economia e das finanças, ao serviço da globalização. Todas as armas do arsenal capitalista devem ser usadas nesse sentido vital: os sindicatos serão desmontados, as identidades nacionais subvertidas, a comunicação social transformar-se-á num poderoso meio de controlo das mentes, as guerras, as epidemias, as fomes, os assassinatos políticos, serão bem-vindos desde que contribuam para concentrar a riqueza nas mãos de uma elite financeira cada vez mais restrita. «Na Nova Ordem Mundial» – diz Estulin – «não haverá classe média, apenas pobres e ricos». Para atingir este objectivo com segurança, a globalização neoliberal envolveu igualmente as religiões e as igrejas. Uma só Igreja Universal terá espaço para se afirmar e canalizar a crença religiosa das massas no sentido da sujeição dos pobres aos ricos e à escravidão do terror. Todas as outras confissões serão aniquiladas. É por isso que constantemente vemos eclodirem guerras de destruição em países onde predominam religiões não católicas.
Este megalómano plano da loucura e do crime passa também pela abertura de crises económicas e financeiras devidamente controladas à escala planetária. Em tudo aparentada com a Nova Ordem Nazi, a globalização exige a destruição dos sistemas económicos tradicionais, numa fase intercalar de «sociedades pós-industriais de crescimento zero». Áreas estratégicas serão congeladas, nomeadamente no sector da energia. Serão bloqueadas todas as tentativas nacionais de industrialização e as principais unidades fabris que servem os países ricos serão transferidas para os países pobres onde a mão-de-obra escrava é barata. Em contrapartida, constituir-se-á uma casta de tecnocratas bem pagos, à imagem da classe aristocrática dos senhores feudais. Neste aspecto, a crise económica mundial desempenha um papel insubstituível: só ela pode «cilindrar» os países pobres, banir os seres inúteis e estabelecer em definitivo o modelo de organização social baseado na sujeição dos explorados aos exploradores. O futuro das sociedades será portanto elitista e esclavagista. A repressão dos povos com veleidades de resistência tornar-se-á pois empresa fácil para os exploradores. As epidemias graves tornar-se-ão também no futuro uma excelente forma de simplificação dos problemas sociais. O «governo invisível» pensa ser possível exterminar deste modo, até ao ano de 2050, quatro mil milhões de «comedores inúteis» (segundo os irónicos comentários de Rockefeller e de Kissinger, membros do Clube Bilderberg). «Dos restantes 2 mil milhões de pessoas, 500 milhões serão formadas por raças chinesas e japonesas, escolhidas porque são povos que foram subordinados a uma disciplina rígida, durante séculos, e estão habituados a obedecer à autoridade sem a questionar».
É também vital «manter as pessoas num estado perpétuo de desequilíbrio – físico, mental e emocional – através de crises pré-fabricadas e sucessivas. Isso impedi-las-á de decidirem o seu próprio destino, confundindo e desmoralizando assim as populações a ponto de que, quando confrontadas com escolhas difíceis, se gere uma apatia geral em grande escala» (John Coleman in Conspirator's Hierarchy: The story of the Committee of 300).

Os ocultos alçapões

Levar à prática esta política de «terra queimada», destruir e simultaneamente substituir «criativamente», exige uma direcção central com poderes transcendentes. Este «governo sombra» já existe e está devidamente identificado. Dá pelo nome de «CFR-Council on Foreing Relations» (Conselho das Relações Externas). A sua natureza e o seu poderio não devem ser entendidos como sinais de uma simples sociedade secreta. O CFR é a cabeça do comando de centenas de sociedades secretas ou semi-secretas. Toma decisões, sem direito a recurso, da mais alta gravidade. Dita orientações inapeláveis ao FMI, ao Banco Mundial, à OCDE, aos países do G8, à ONU, à NATO, a tudo quanto traduza, no mundo capitalista, governo, poder e dinheiro. Por isso é cegamente obedecido pelos centros de decisão do grande capital, como é o caso do Clube de Bilderberg ou do poderoso Grupo de Davos. Ninguém penetra nos círculos do CFR sem ser convidado. E a decisão de convidar alguém só pode ser tomada pelo próprio CFR. Mesmo no caso das figuras de maior destaque político e financeiro. Por exemplo, o actual Papa, Joseph Ratzinger, faz parte do «Clube de Bilderberg» e é membro de grau 33 da Maçonaria. Foi um dos convidados do CFR. A revelação é feita por Estulin neste seu livro. A obra refere ainda, como fundador do Bilderberg (1954), o príncipe Bernhard da Holanda, 100 nomes dos detentores das principais fortunas mundiais e todos aqueles que desempenharam papéis de direcção de relevo e ainda estão vivos, nos países mais ricos e desenvolvidos, tais como os de Margaret Thatcher, Giscard d'Estaing, Bill Clinton, Tony Blair, Donald Rumsfeld, etc., etc. O CFR é também a instância suprema de uma pirâmide de «cachos» de grupos secretos e semi-secretos, tais como o Clube de Roma, a Trilateral, a Maçonaria, o Opus Dei, a Távola Redonda, a Sociedade dos Jesuítas Aristóteles e de muitos outros tentáculos do «polvo» capitalista.
É nas reuniões periódicas e ultra secretas do Clube Bilderberg, do grupo de Davos e do CFR, que se decidem guerras e destruições maciças, como as do Iraque, das Malvinas, dos bombardeamentos da Chechénia, das operações no Kosovo ou das atrocidades cometidas no Congo e no Sudão. «Quase todos os generais, almirantes, vice-almirantes, coronéis e capitães do Estado-Maior Conjunto (o grupo de experimentados veteranos de guerra que são a base das decisões dos presidentes dos EUA em todas as iniciativas bélicas) estão nas mãos e sob o controlo da organização irmã de Bilderberg – o temível Council on Foreign Relations» - esclarece Daniel Estulin.
Aliás, este seu trabalho está recheado de dados concretos inesperados. Num desses passos e a propósito da importância das decisões que são tomadas nas reuniões do Clube de Bilderberg, Estulin refere-se a Portugal.

A jogada portuguesa

O encontro anual dos Bilderbergs realizou-se, em 2004, num hotel em Stresa, em Itália. Da agenda da reunião, agora conhecida, constavam alíneas importantes nomeadamente, a ampliação da zona de Comércio Livre, o projecto de criação de três moedas universais, a harmonização tributária, o petróleo e o Médio Oriente, etc. Tudo isto são aspectos relacionados com as finanças e a economia, discutidos em vésperas do reconhecimento oficial da actual crise financeira. Refere Estulin: «Segundo uma fonte bem informada, presente na reunião, a jogada portuguesa de 2004 – isto é, a promoção em bloco dos bilderbergs portugueses – foi encenada em Stresa. Pedro Santana Lopes, o pouco conhecido presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi nomeado primeiro-ministro pelo Presidente da República; José Manuel Durão Barroso, anterior primeiro-ministro, é agora presidente da Comissão Europeia; e José Sócrates, deputado, foi eleito líder do Partido Socialista, depois de Eduardo Ferro Rodrigues se demitir do cargo, em plena crise social e política (fontes próximas da investigação confirmam que essa crise também foi montada nos bastidores de Stresa, pelos bilderbergs)». Para além dos nomes já referidos, estiveram presentes outras entidades portuguesas, como Pinto Balsemão, António Guterres, Morais Sarmento e outros.
As reuniões anuais do Clube Bilderberg geram infalivelmente alterações profundas no panorama político mundial. Por si só, esta constatação seria suficiente para provar que estamos em presença de um «Governo Mundial Único». Outro facto indesmentível é a evidência de que todas as políticas dos ministérios de Sócrates são decalcadas nas instruções de Bilderberg. Ponto por ponto, como uma cartilha. Das grandes linhas gerais da acção governativa aos mais pequenos detalhes do comércio de computadores, da implantação de «chips», do alarmismo das falsas pandemias, das energias alternativas, das «lutas contra a pobreza» que não produzem resultados, das torrentes de dinheiro para os bancos falidos, das falácias em torno dos défices públicos e... tudo o mais.
Péssimo serviço prestaria ao povo quem tentasse ignorar que os riscos do momento que atravessamos são enormes e que é gigantesco o poder acumulado nas mãos dos representantes do grande capital. Mas o povo, os trabalhadores, os intelectuais, os explorados em geral, têm todas as razões para continuarem a lutar por um mundo melhor e mais justo. Importa que se ergam na denúncia da injustiça, que se organizem e lutem. Estulin encerra o seu livro com essas conclusões optimistas e positivas.
Os caminhos da globalização não são maré de rosas. O capitalismo global, para avançar depressa, queimou etapas. Atirou as finanças contra a economia. Faz a guerra pela globalização total, procura esmagar as nacionalidades e debate-se com o terrorismo. Pratica a estratégia da «terra queimada». Desperta os ódios das classes médias e a ira dos trabalhadores. Tentou a quadratura do círculo, não foi capaz, perdeu o pé e está na iminência de regressar ao fascismo puro e duro, sua matriz principal. Mas os capitalistas terão de aprender à sua custa que «a história de toda a sociedade até agora existente é a história da luta de classes». Daniel Estulin entende deste modo a situação presente e reforça a confiança que devemos ter no futuro e na nossa capacidade de lutar.
O capitalismo promete a paz e faz a guerra. Invoca a democracia e tece as malhas de uma sociedade concentracionária. Diz-se campeão do sucesso e da prosperidade e trata os pobres como se fossem gado. Faz aquilo que sabe não dever fazer: lançar na miséria mesmo aqueles a que tem chamado seus pares e proletariza as classes médias. O capitalismo global está cada vez mais isolado. Não consegue atingir o essencial das suas metas.
Não conseguiu fundir, como se propunha, os mercados europeus, norte-americanos e orientais. Não conseguiu instalar uma só Religião Universal. Não conseguiu confundir os povos e as nações, transformando-as em simples Regiões da Terra. Não conseguiu esvaziar de conteúdo o sentimento nacional dos povos. Não conseguiu extinguir as lutas de classes. Não conseguiu ocultar as suas relações com o terrorismo. Não conseguiu despovoar as grandes cidades. Lançou guerras punitivas, lançou a fome e o sofrimento. Mesmo assim não conseguiu exterminar os povos pobres até ao ano 2000, tal como a administração Bush pretendia. Não conseguiu fundir num só exército as forças armadas norte-americanas e russas. Não conseguiu alcançar a hegemonia absoluta nos sistemas da saúde e da educação em todos os países. Não conseguiu resolver os problemas internos do capitalismo.
A globalização é um falso mito. Construiu um monstro que a há-de devorar. O capitalismo morrerá afogado em oiro. Mas deixará atrás de si uma terra em ruínas que os pobres irão habitar.


Artigo publicado na Edição Nº1888 do Avante!



www.pcp.pt

www.avante.pt

PCTP/MRPP

SOBRE O NOVO PEC

As novas medidas de austeridade cozinhadas por Sócrates com a chanceler Merkel e os vampiros financeiros mundiais e agora anunciadas ao país não podem constituir uma surpresa, para quem nunca iludiu a verdadeira natureza deste governo e, desde o início, defendeu que o objectivo político fundamental do movimento operário e popular era e continua a ser o seu derrubamento.

Não contente com os vários PECs que sucessivamente foi impondo com a colaboração prestimosa do PSD e a esforçada intervenção de Cavaco Silva, o Governo de Sócrates, agindo cobardemente como lhe é próprio, pretende agora fazer passar este novo pacote de medidas que representarão um agravamento inaudito das condições de vida do povo português para saciar a voragem dos monopólios europeus e satisfazer a estratégia hegemónica da Alemanha.

De forma pesporrrente e mesmo provocatória face ao descontentamento e revolta generalizados do povo português, Sócrates permite-se gozar com a miséria e sofrimento que impiedosamente faz abater sobre os trabalhadores, desempregados e, em particular, os idosos e jovens escravizados, invocando que tudo se trataria de defender o país e o interesse nacional.

O PCTP/MRPP considera que, depois da grandiosa manifestação da juventude do passado dia 12 de Março e do movimento grevista que, em especial no sector dos transportes, se tem mantido activo, importa intensificar e alargar esta luta a todos os sectores dos trabalhadores, agricultores e estudantes com vista a, num caudal único, e pela convocação de uma verdadeira greve geral, manifestações e concentrações, levar ao derrubamento deste governo, substituindo-o por um governo democrático de esquerda.

Só assim será possível impedir que prossiga esta política de austeridade e de liquidação total da nossa independência nacional e dos mais elementares direitos dos trabalhadores e dos cidadãos em geral.

A Comissão de Imprensa do PCTP/MRPP

REPRESSÃO NO BAHREIN


Três manifestantes mortos em protesto no Bahrein
16.03.2011 - 08:59 Por Dulce Furtado

Votar
|
1 votos
5 de 13 notícias em Mundo
« anteriorseguinte »Pelo menos três manifestantes foram mortos pela polícia anti motim num protesto hoje contra o regime na Praça Pérola, em Manamá, capital do Bahrein, onde a elite governante sunita enfrenta a mais grave contestação no país desde a década de 1990.
A oposição no Bahrein acusa a elite governadora sunita de discriminação (Reuters)

“Isto é uma guerra de aniquilação. Isto não acontece nem sequer em guerras e não é aceitável. Eu vi-os disparar munições reais, bem à frente dos meus olhos”, criticou um dos líderes do principal partido xiita, o Wefaq, cujos 18 representantes no Parlamento (de 40 deputados) se demitiram há cerca de três semanas, logo após as primeiras acções de repressão das autoridades.

Além de dispersar violentamente os manifestantes da praça central da capital, as tropas estão numa operação de “limpeza” em todo o país, bloqueando estradas e ruas, para impedir manifestações e a deter ou disparar a tiro contra quem tente passar estas barreiras, avançou ainda Abdel Jalil Khalil, citado pela agência noticiosa Reuters.

Abdel Jalil Khalil relatou a ocorrência de cinco mortos na acção de repressão na Praça Pérola, mas outra fonte da oposição veio mais tarde corrigir aquele balanço para três mortos. Entretanto, um médico em Manama apontou à Reuters ter visto pelo menos dois civis e dois polícias mortos em resultado dos confrontos.

Testemunhas relatam que a polícia entrou pouco após o nascer do dia com tanques armados na Praça Pérola para dispersar os manifestantes que ali se mantinham acampados e barricados há várias semanas, tendo recorrido ao uso de gás lacrimogéneo, ao mesmo tempo que a zona era sobrevoada por helicópteros. Os manifestantes responderam lançado coktails molotov contra as forças de segurança.

São registados também mais de 200 feridos nesta operação das autoridades, que terá durado cerca de duas horas, os quais estão a ser assistidos em mesquitas ou nas casas de moradores da capital, tendo a polícia cercado todos os acessos ao hospital de Salmaniya, não permitindo a entrada nem saída de ninguém do local – é avançado pela correspondente da BBC em Manamá.

Já após a polícia ter dispersado os manifestantes da Praça Pérola, um responsável do Ministério da Defesa avisou, em discurso transmitido pela televisão estatal, que não eram autorizadas nenhumas reuniões públicas no país, justificando-o com a “segurança pública”. A mesma fonte confirmou que as autoridades tinham afastado os manifestantes e desmontado as tendas montadas tanto da praça central da capital como dos arredores do hospital.

Há registo também de que soldados, com espingardas semi automáticas e envergando máscaras negras, bloquearam várias estradas com ligação à área de Sitra, maioritariamente xiita, onde as ruas estão desertas e as lojas fechadas, de acordo com testemunhas locais. “Ouvem-se tiros a serem disparados, aqui perto e longe. Não são apenas disparados para o ar, isto é guerra urbana”, avaliava um residente da zona de Budaya, no Noroeste do Bahrein. A mesma fonte avançou que as tropas bloquearam três pontes que ligam ao aeroporto da região.

A situação no país – que se agrava há mais de um mês com um balanço total já de perto de pelo menos dez mortos – agudizou-se no início desta semana com a entrada no Bahrein, a pedido das autoridades, de cerca de mil soldados sauditas integrados numa missão do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG, bloco regional que integra a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait, Qatar e Omã, além do Bahrein).

Esta medida foi justificada pelo Governo com a necessidade de “proteger instalações estratégicas” (complexos petrolíferos e gasíferos e instituições financeiras) de eventuais invasões ou ataques dos manifestantes. Ontem, o rei Hamad bin Issa al-Khalifa decretara o estado de emergência no país por um período de três meses.

A oposição no país, com uma população de 525 mil pessoas e maioritariamente xiita, acusa a elite governadora sunita de discriminação e exige o fortalecimento de poderes do Parlamento e uma reforma do Governo assim como da lei eleitoral.



www.publico.clix.pt

Friday, March 11, 2011

PCTP/MRPP

E aqui vai mais um pacote de medidas de austeridade anunciado por este governo reaccionário, que irá agravar sobre maneira os trabalhadores.


Os despedimentos vão ficar mais baratos, referente às indemnizações devidas aos trabalhadores, e já não afectarão só os novos contratos, os existentes também sofrerão esta medida miserável.


O subsídio de desemprego sofrerá novos reajustamentos, traduzido, mais cortes e sobre os despedimentos serão optimizados os "procedimentos administrativos para despedimentos individuais e colectivos, no contexto da reforma do sistema judicial"…mais facilidades para os patrões para poderem despedir…


Outro corte será nos benefícios fiscais, portanto mais aumentos na prática dos impostos. Na saúde, em cima da mesa estará um novo pacote de medidas para reduzir os custos com medicamentos e com meios complementares de diagnóstico, no seguimento das medidas já apresentadas em Dezembro, bem como uma redução da despesa com sub-sistemas públicos de saúde, como é o caso da ADSE…tudo medidas que atingirão os trabalhadores e os pensionistas com reformas cada vez com o valor nominal baixíssimo.


Os impostos sobre os pensionistas irão aumentar, alinhando com os trabalhadores activos, os pensionistas com mais de 1500 euros, terão ainda um agravamento com uma dedução especial com cortes progressivos semelhantes aos cortes nos vencimentos nos trabalhadores da função pública.


Outra medida que irá afectar as rendas de mais 430 mil casas, é a intenção de liberalizar as rendas antigas, anteriores a 1990, medida esta que irá atingir milhares de moradores com pensões já de si miseráveis, menos de 300 euros.
Este ataque cerrado aos operários e aos trabalhadores em geral, só pode ter uma resposta, pronta e determinante, intensificar a luta contra este governo serventuário dos interesses de Bruxelas e do FMI, em suma do grande capital. Não pode existir hesitações, porquanto quanto mais tempo este governo se mantiver em funções, mais medidas virão cada vez mais draconianas.


A situação actual no país é insustentável, bem aqui demonstrada com este novo PEC anunciado, e tem de ser transformada a nosso favor. Com objectivos claros de mudança, com firmeza e determinação no combate, outro futuro é possível.
Intensifiquemos então a luta por um governo democrático e de esquerda, onde não poderá incluir os responsáveis pela presente situação do país.


A luta é dura mas nós não vergarmos!

http://lutapopularonline.blogspot.com

É SÓ CORTAR!

Mais poupanças na saúde e benefícios sociais
Governo anuncia novo PEC com mais austeridade já para 2011
11.03.2011 - 09:55 Por Paulo Miguel Madeira, Sérgio Aníbal

O ministro das Finanças anunciou hoje novas medidas de austeridade no âmbito do Programa de Estabilidade Crescimento (PEC) em vigor, com o objectivo de obter uma margem adicional de 0,8 pontos percentuais do PIB para cumprir o objectivo do défice do Estado.
(Daniel Rocha/ arquivo)

Estas novas medidas para 2011 incluem poupanças na saúde, redução de transferências para outros sectores, redução adicional de benefícios sociais e de despesas de capital, anunciou Teixeira dos Santos numa conferência de imprensa hoje de manhã no Ministério das Finanças.

Para 2012, vai ser aplicada uma contribuição especial a todas as pensões acima de 1500 euros mensais, com carácter extraordinário, e que terá impactos semelhantes aos das reduções salariais na função pública este ano. Esta medida vai ser aplicada com uma lógica semelhante à aplicada este ano para as reduções salariais, com taxas progressivas até ser atingido um máximo de dez por cento.

Estas medidas foram anunciadas no mesmo dia em que veio a público que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) terão descoberto um buraco nas finanças públicas portuguesas durante a sua missão técnica em Lisboa há duas semanas. A notícia foi dada pelo jornal alemão Financial Times Deutschland, que não adiantou detalhes.

Hoje é também o dia da cimeira extraordinária da zona euro em que vão ser discutidas novas normas de funcionamento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), que no caso de ter as suas normas de funcionamento flexibilizadas poderá permitir a Portugal ter ajuda financeira dos seus parceiros europeus sem uma intervenção de carácter mais dramático como as que aconteceram na Grécia e na Irlanda, com o FMI associado. Em poderá estar também saber se, quando e como Portugal terá de pedir a ajuda do fundo europeu de estabilidade do euro

Neste cenário, houve mais um apelo para Portugal recorrer rapidamente a assistência financeira externa. O ministro austríaco das Finanças disse ao Financial Times britânico de hoje que Portugal deverá ponderar rapidamente a apresentação de um pedido de ajuda do fundo de socorro do euro. “O meu sinal para Portugal é para olhar para a Grécia e para a Irlanda: não reajam tarde demais, tomem a vossa decisão brevemente: sim ou não”, afirmou Josep Pröll.

Thursday, March 10, 2011

CADA VEZ PIOR

Propostas vão agravar situação de países em maiores dificuldades - CGTP
Lisboa, 10 mar (Lusa) - O dirigente da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que a proposta de governação económica, que será discutida esta sexta-feira ...



Propostas vão agravar situação de países em maiores dificuldades - CGTP
Lisboa, 10 mar (Lusa) - O dirigente da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que a proposta de governação económica, que será discutida esta sexta-feira em Bruxelas, irá agravar a situação dos países em maiores dificuldades e levará à recessão económica.

"Esta proposta de governação económica tenderá a agravar a situação dos países em maiores dificuldades e é uma declaração de guerra aos povos", afirmou Arménio Carlos no final de uma reunião com o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Pedro Lourtie.

O sindicalista acrescenta que na opinião da central sindical esta proposta "põe em causa a soberania dos Estados" e "tenderá a reforçar os países mais fortes" e a linha neoliberal da união Europeia.

"A situação do país está a tornar-se mais complicada (...) este não é o caminho que entendemos que deve ser seguido", disse, considerando que estas propostas irão provocar uma recessão económica.

A CGTP explicou ainda que a sua recusa em assinar na quarta-feira o acordo proposto em sede de Concertação Social se deve ao facto de considerar que "este não vai levar a um aumento da competitividade" e que surgiu apenas num "contexto de pressão da União Europeia a que o Governo se submete".

A central sindical diz que este "é mais um documento para tentar enganar os que estão em Bruxelas, como se fosse possível".

NM

Lusa/fim

Wednesday, March 09, 2011

NASCER, TRABALHAR, MORRER


"Nascer, Trabalhar, Morrer". O graffiti na rua de Ceuta. É, de facto, ao que muitos estão condenados e a que muitos desses muitos aceitam ser condenados. "Nascer, Trabalhar, Morrer". Vimos ao mundo, brincamos quatro ou cinco anos, temos quatro ou cinco anos livres, depois vamos para a escola, começamos a ser formatados, começamos a estudar para trabalhar, depois vamos trabalhar, se não o fizermos somos constantemente pressionados a fazê-lo, vivemos em função do trabalho, agora até querem aumentar a idade da reforma. Trabalhar sempre, trabalhar até aos 80 anos, trabalhar até à morte. É isto a "vida" que eles querem que vivamos, trabalhar até à morte, estudar em função do mercado de trabalho, ser competitivo, atinar, assentar, casar ou não, ter filhos, constituir família, ver televisão, ver futebol, envelhecer, sempre a prisão, a maldita prisão, sempre a vida programada, sempre o mesmo filme, mais nada, absolutamente mais nada. "Nascer, Trabalhar, Morrer". "Trabalhar, Obedecer, Morrer". É isto que queres? É esta a vida que queres? De vez em quando deixam-te dar umas curvas, entrar numas festas mas depois, no dia seguinte, tens de estar alinhadinho no emprego, na lei, na parada. Obedeces. Mesmo que refiles, passas a vida a obedecer, a sacrificar-te, a trabalhar para os outros, para o lucro, para a riqueza dos outros. Foi para isto que recebeste a bênção da vida?
Onde está o homem livre? Mostra-me o homem livre. Há poucos. Muito poucos. Muito poucos dançam com Dionisos e Zaratustra. Mas ainda estás a tempo. Desobedece. Não trabalhes. Não aceites migalhas. Vive. Canta. Dança. Goza. Volta aos teus cinco anos quando a vida era só brincadeira. Brinca. Joga. Corre sem direcção definida. Volta a ser aquele que nasce, volta a ser a criança. Sem obrigações nem imposições. Sem castrações. Dança com os deuses e com os palhaços, com as outras crianças. Não há muros. Não há fronteiras. Regressa a ti mesmo, não lhes dês ouvidos, não faças o que eles te dizem para fazer, não te deixes programar, não trabalhes, não morras. Dança.

EZLN

Solidaridad con San Sebastián Bachajón en Escocia

Hoy 7 de marzo, miembros del Grupo Solidario Edimburgo-Chiapas realizaron una mesa informativa con una pancarta gigante en el centro de la capital de Escocia y distribuyeron cientos de panfletos en solidaridad con los compañer@s de San Sebastián Bachajón.

Demandando la liberación de los presos de San Sebastián Bachajón y de todos los prisioneros políticos, los protestantes denunciaron los ataques en las comunidades de San Sebastián Bachajón, quienes están resistiendo los intentos del estado y de los grandes negocios de ocupar su tierra para hacer negocios rentables, como esos contemplados en el Plan Turístico para Chiapas.

Los panfletos también proporcionan detalles del embajador de México en el Reino Unido, con una dirección en Internet que proporciona una carta de protesta como ejemplo que se puede enviar al embajador, en donde se demanda de manera urgente a las autoridades mexicanas la liberación de los presos de San Sebastián Bachajón.

Atrajo mucho la atención de la gente la gran pancarta que leía:

“México… Sol, Diversión… Playas radiantes…
Tortura… Escuadrones de la muerte… Violación a Derechos Humanos”

La pancarta se montó sobre la famosa estatua del Duque de Wellington en la calle “Princess Street”, la vía pública más transitada en Edimburgo por al menos dos horas y se acompaño de carteles y posters que proclamaban: “Solidaridad con La Otra Campaña en San Sebastián Bachajón” y “No a la Represión en Chiapas”.

Un miembro del Grupo Solidario Edimburgo-Chiapas remarco: “Los ideales de La Otra Campaña son conjuntar las luchas comunes por el control de los recursos en todo el planeta. Como nuestro panfleto dice: ¡Si van por uno de nosotr@s, van por todos nosotr@s!”

Las fotos de la protesta y la copia del panfleto están en: http://www.edinchiapas.org.uk/ node/314
La carta de protesta de ejemplo para el Embajador de México en el Reino Unido está en: https:// glasgowchiapassolidaritygroup. wordpress.com/2011/02/11/ detaining-of-other-camapign- adherents-san-sebastian- bachajon/

En Solidaridad,

Edinburgh-Chiapas Solidarity Group
————————————————————————————————————-

Actividades en Francia.

A nuestr@s compañeras y compañeros del Ejido San Sebastián Bachajón:
A nuestr@s compañer@s zapatistas:
A nuestr@s compañer@s de La Otra Campaña:
A nuestr@s compañer@s de la Zezta Internacional:
A los y las que caminan abajo y a la izquierda:

Paris a 7 de marzo del 2011.

Desde aquí nos unimos a la Convocatoria del Día Mundial por la Liberación de los Presos de San Sebastián Bachajón y al Día Internacional en honor a las Mujeres de La Otra Campaña.

En el marco de la proyección del documental “Viva México” en Francia, hemos dado a conocer la escalada de violencia y de represión en contra de las comunidades adherentes a la Otra Campaña por parte del Estado Mexicano y de sus grupos paramilitares.

Además de platicar con la gente presente sobre lo que actualmente acontece en San Sebastián Bachajón, se proyectó un documental en el cual los mismos compas de Bachajón nos cuentan lo que sucedió ese 2 y 3 de febrero, donde la represión dejo un saldo de más de 100 detenidos y donde actualmente 6 compañeros siguen presos; siguen presos por defender sus tierras y territorios del despojo y la destrucción del gobierno y de las empresas nacionales e internacionales, quienes hambrientas de poder se aborazan sobre los recursos y riquezas naturales de esa zona; siguen presos por defender la construcción de su autonomía.

Ante tal contexto de represión y de impunidad los colectivos y grupos presentes en este evento, seguiremos difundiendo conforme a nuestras formas y modos, los hechos de intimidación y represión perpetrados por los tres niveles de gobierno y por sus paramilitares.

Exigimos libertad para Mariano Demeza Silvano, Domingo Pérez Álvaro, Domingo García Gómez, Juan Aguilar Guzmán, Jerónimo Guzmán Méndez y Pedro López Gómez.

Este próximo 8 de marzo no olvidamos la lucha incansable de las mujeres de la Otra Campaña en la construcción de una forma mas digna de vivir, de otro mundo, de otra forma de hacer política en donde todas ellas tengan un lugar y una voz. No olvidamos a las mujeres de las comunidades zapatistas que dignamente resisten y construyen un nuevo mundo para tod@s.

No olvidamos tampoco a todas las mujeres asesinadas impunemente, no sólo en Ciudad Juárez, sino en todo México, no las olvidamos!


¡Libertad a los presos y presas por luchar!
¡Alto a las agresiones contra adherentes de la Otra Campaña!
¡Que Vivan Las Mujeres de San Sebastián Bachajón!
¡Que Vivan Las Mujeres Zapatistas!
¡Que Vivan Las Mujeres de La Otra Campaña!
¡Si nos tocan a un@, nos tocan a tod@s !

En solidaridad :

Comité de Solidaridad con los Pueblos de Chiapas en Lucha (CSPCL)
Secretariado Internacional de la CNT, Francia
Grupo Les trois passants
Tamazgha
Grupo de Apoyo a Leonard Peltier (LPSG-France)
Comite de Solidaridad con los Indigenas de las Americas (CSIA-Nitassinan)

Tuesday, March 08, 2011

ALGO DE NOVO


ALGO DE NOVO NO REINO

A vitória dos "Homens da Luta" no Festival RTP da Canção, a juntar a fenómenos como a canção dos Deolinda, a manifestação de 12 de Março ou os resultados de José Manuel Coelho nas eleições presidenciais provam que, de facto, algo está a mudar também em Portugal. Há um grito novo, satírico, de revolta, se bem que ainda confuso, ainda não totalmente oposto ao capitalismo dos mercados. De qualquer forma, são sinais que não se podem confundir com o mero folclore. Os "Homens da Luta" têm consciência do que estão a fazer. Há muita gente farta do cinzentismo de Sócrates e de Cavaco, de quase toda a classe política, das ordens de Merkel e dos mercados, de uma vida entediante, sem perspectivas, sem emprego, sem dinheiro, precária. Mas há algo mais. É a dignidade do ser humano que está em causa, a própria liberdade. Não podemos ser escravos do trabalho, do chefe, do banco, de coisa nenhuma. Não podemos aceitar ser reduzidos à condição de mercadorias que se compram e vendem no mercado global. Daí as revoluções do Egipto e da Tunísia, as revoltas na Líbia, na Grécia, no Médio Oriente, no Norte de África. O homem, o homem livre, o homem nobre, não pode contentar-se com ser o macaco que mercadeja, na esteira de Nietzsche. A utilização da Internet e do Facebook veio trazer uma proximidade, uma cumplicidade que não existiam entre as pessoas. Há muitas que começam a ficar fartos de "tantos rodeios", das patranhas da competitividade e da economia. Há, de facto, algo de novo por este reino.

www.jornalfraternizar.pt.vu

Monday, March 07, 2011

FASCISTAS

Manifestação marcada para hoje cancelada
Angola: jornalistas do “Novo Jornal” e rapper libertados
07.03.2011 - 10:31 Por Ana Machado

Votar
|
0 votos
7 de 8 notícias em Mundo
« anteriorseguinte »Os três jornalistas do jornal angolano “Novo Jornal” e o rapper Luaty Beirão, conhecido pelo nome Bigadeiro Mata Frakuxz, que esta madrugada tinham sido detidos em Luanda na manifestação contra o governo de José Eduardo dos Santos já foram libertados.
A manifestação em Angola foi convocada pelas redes sociais e via sms (Miguel Madeira/arquivo)

"Acabaram de ser libertados", disse a partir de Luanda Pedro Beirão, irmão de Luaty Beirão ao PÚBLICO. Pedro Beirão confirmou também a libertação dos três jornalistas.

Durante a madrugada, a polícia deteve na Praça 1º de Maio cerca de 20 pessoas, entre elas os três jornalistas, um dos quais português (Ana Margoso, Pedro Cardoso e Afonso Francisco), e o popular rapper angolano. Luaty era um dos organizadores e apelou à marcha num vídeo colocado no YouTube onde onde dizia "Ti Zé tira o pé, tô prazo expirou há bwé".

"Foram detidos por volta da meia-noite e toda a noite estive à procura dele, não era dada nenhuma informação. Depois apurei que estavam no Comando Central Provincial de Luanda mas desmentiram. Agora de surpresa libertaram todos", disse Pedro Beirão.

Estavam marcadas para hoje mais protestos contra o regime do Presidente José Eduardo dos Santos, que governa o país há mais de 30 anos. Porém, há momentos, a TSF avançou que a marcha contra o regime de Eduardo dos Santos foi cancelada por "falta de condições".

O cartaz oficial da manifestação marcada para hoje - e agora cancelada - diz o seguinte: “Dia 7 de Março Manifestação contra a ditadura ‘Joseduardizada’. Angola diz basta a 32 anos de tirania e má governação”.

A marcha tinha sido convocada pelas redes sociais e por sms.

Pedro Beirão revela um certo clima de agitação na cidade de Luanda: "As pessoas comentam muito. Não me lembro de ver tanta gente a comentar em muitos anos. E há medo".


www.publico.clix.pt

Sunday, March 06, 2011

A JUVENTUDE EM LUTA


A juventude está de pé! A sua luta é a do povo português!
Um país sem uma juventude forte e combativa é um país sem futuro. Explorada, oprimida e desprezada pelo governo e pelos empresários capitalistas, a juventude trabalhadora e estudantil começou já a ocupar o lugar que lhe cabe nas primeiras linhas de um movimento popular que se agiganta e que nenhuma força conseguirá parar.

A juventude portuguesa está em luta contra um regime e contra um governo:

· Que a condena ao desemprego ou ao trabalho escravo, mal pago ou não pago, e sem direitos;

· Que faz da educação uma farsa e um negócio: - diplomas sem valor e pagos a peso de ouro; canalização dos dinheiros públicos para os novos capitalistas da indústria educativa; expulsão de milhares de alunos dos cursos superiores por não poderem pagar os seus estudos;

· Que voltou a fazer de Portugal um país em que para trabalhar e sobreviver é preciso emigrar;

· Que, ao serviço das grandes potências da União Europeia, liquidou e continua a liquidar a economia e o que resta do aparelho produtivo nacional;

· Que explora, rouba e oprime sem dó nem piedade as gerações trabalhadoras mais velhas, ao mesmo tempo que as responsabiliza pelo sustento dos jovens que trabalham ou estão desempregados;

· Que concentra toda a riqueza nos grandes grupos económicos e financeiros e seus serventuários, deixando o povo trabalhador na miséria;

· Que utiliza mais de metade dos impostos que saca aos trabalhadores para pagar uma dívida pública que não beneficia o povo e de que o povo não é responsável;

· Que instituiu um sistema de justiça ao serviço exclusivo da classe capitalista e dos poderosos e em que nenhum cidadão trabalhador consegue encontrar protecção e defesa;

· Que fez da democracia uma farsa, que espia em permanência os cidadãos, que arma as sua polícias até aos dentes e que reprime selvaticamente qualquer manifestação de revolta das populações;
· Que aposta na participação de Portugal nas agressões imperialistas da NATO como condição para ganhar apoios e tentar sobreviver.

· A situação actual no país é insustentável e tem de ser transformada. Com objectivos claros de mudança, com firmeza e determinação no combate, outro futuro é possível.

· O tempo actual não é o de exigir ao governo uma mudança de políticas, mas sim de impor uma mudança de governo. O governo Sócrates deve ser derrubado nas ruas, nas fábricas e empresas, nas escolas, nos bairros e onde quer que se manifeste a indignação, a revolta e a vontade populares.

· A força necessária para derrubar o governo é aquela que pode construir uma alternativa. O novo governo que vier substituir o actual não poderá incluir os responsáveis pela presente situação do país. Tem de ser um governo do povo e para o povo, um governo democrático e de esquerda, com um programa claro para tirar o país da crise.

· O programa de um novo governo que sirva o povo e os trabalhadores deverá ter, entre outros, os seguintes pontos fundamentais:

◦Revogação imediata de todas as medidas tomadas pelos governos Sócrates em benefício da classe capitalista e contra os trabalhadores e o povo português;◦Revogação do actual regime dos estágios profissionais, dos contratos a prazo, dos recibos verdes e dos “call centers”, que mais não são do que instrumentos de escravização e de sobre-exploração dos jovens;◦ O repúdio da dívida pública, com a qual o povo nada tem a ver e que impede qualquer projecto de desenvolvimento do país;◦A confiscação das grandes fortunas e a responsabilização criminal dos responsáveis e beneficiários dos roubos dos dinheiros públicos praticados ao longo das últimas décadas;◦A elaboração de um plano económico de desenvolvimento do país que tenha como objectivo imediato a eliminação do desemprego;◦O aumento geral dos salários dos trabalhadores e a diminuição dos grandes ordenados, de forma a reduzir drasticamente o leque salarial médio no país;◦A renegociação imediata dos termos da integração de Portugal na União Europeia e na moeda única europeia. Os acordos actuais com a UE transformam o país numa neo-colónia, asfixiam o seu desenvolvimento e têm por isso de ser repudiados;◦A saída de Portugal da NATO, uma organização ao serviço do imperialismo norte-americano e que representa uma ameaça permanente a qualquer povo e nação que queira seguir um caminho autónomo de desenvolvimento e de progresso social.· Não há que ter ilusões. O combate político por estes objectivos será duro e exigirá sacrifícios. O governo lançará mão de todos os instrumentos de repressão ao seu alcance e há que estar preparado para lhe fazer frente. Neste combate, um papel decisivo cabe à juventude trabalhadora e estudantil. Uma linha política clara e uma firme organização são as condições necessárias para alcançar a vitória.




Lisboa, 3 de Março de 2011



O Comité Central do PCTP/MRPP

Tuesday, March 01, 2011

O HOMEM NO MUNDO

O HOMEM NO MUNDO



João voltou à confeitaria. Observa a empregada. Há dias ofereceu-lhe um poema. Ela agradeceu humildemente mas não voltou a falar nele. João tem-se entusiasmado com o "Livro da Sabedoria" do Padre Mário de Oliveira e com as revoluções que vão do Egipto à Grécia. Permanece estático na confeitaria mas julga-se um profeta dos novos tempos. Os jovens ouvem-no e vêm ter com ele no Pinguim. Sente-se o sucessor do Joaquim Castro Caldas. Anda entre o Porto e Braga. Bebe. Celebra. É o cowboy solitário que entra no "Saloon". ri dos mercados e do ridículo do mundo. É um agitador, dizem. Mas também tem esta face recolhida de leitor, de escritor, de poeta. Reflecte, analisa. Observa as mulheres e as crianças. Em tempos, teve grandes depressões. Esteve no inferno, não conseguia comunicar, queria adormecer e não voltar a acordar. Era bipolar. Também teve alucinações, julgava-se Deus, Jesus, um revolucionário que vinha salvar o mundo. Partiu vidros dos carros, das lojas, dos bancos. Mas agora parece lúcido. Observa as pessoas e vê escravos. Dominados pelo trabalho, pelo sacrifício, pela mercearia. E sobretudo pelo medo. João sabe que pode ser o Homem Integral do padre Mário. Vê gestos de amor nas pessoas mas é um amor contaminado, subjugado. Contudo, está confiante, eufórico, com os sinais do Egipto, da Líbia, da Grécia. Crê que está a chegar a sua hora. Quer a empregada da confeitaria. Sente-se, de novo, um deus, como Zeus, como Posseidon, um deus, no sentido em que se tornou o homem livre, integral. Está no mundo do Grande Dinheiro, do Grande Mercado, mas combate-o, não é escravo dele. Sente-se elevado mas não deixa de ser o homem à mesa. O homem que escreve à mesa. Dono do papel e da caneta. Nada mais. Deseja a empregada. Mas, tal como Ulisses, não pode revelar-se nas vestes do grande rei que regressa. Adopta a postura do intelectual distante. De qualquer modo, duvida que ela seja Penélope. Arruma as mesas. A Sónia de Braga tem mais alma. Com as revoluções no cérebro, João permanece à mesa. É o primeiro e o último dos homens. Recomeça. É Zaratustra que desce da montanha. Um santo por estas terras. Não fala. Lê, estuda. Vai ao fundo do mundo. Vai ao Hades e regressa. É, ele próprio, a vida. Toca-a. Dança com ela. Não tem obrigações nem compromissos. É livre como os animais. Publica nos jornais mas não se deixa levar por eles. Esta noite levantou-se às seis da manhã. Escreveu. O mundo é seu.