Tuesday, September 28, 2010

O BIG BROTHER E OS MACACOS

Big Brother is Watching You". George Orwell no seu esplendor. Contas bancárias vigiadas, todos os passos vigiados, um fiscal em cada esquina. Só falta pagar o ar. À parte uns lampejos de liberdade controlada, que homem é este que estamos a criar? Um homem servil, cheio de medo e, por isso, cheio de invejas e ressentimentos. Um homem pessimista, niilista, o homem da "grande náusea face ao homem" que Nietzsche descreve magistralmente em "Para a Genealogia da Moral". Um homem que não cresce, que não evolui, que se agarra á carteira e à moral do mercado e da mercearia. Um homem mesquinho, pequeno, que se vai adaptando, que vai sobrevivendo, que vai vigiando e maldizendo os seus pares, que não suporta o homem livre, nobre, criador porque o inveja. Chega mesmo ao ponto de se colocar ao lado daqueles que o roubam, que o saqueiam, que o empurram ainda mais para baixo. Não, não é com um homem (e uma mulher) assim que construimos a vida. Não é com macacos vigilantes e mercadores que chegamos às alturas.

Tuesday, September 21, 2010

JOANA TENS UM

JOANA TENS UM

Joana
António
Amores algures
Viagens
Dentro do T1
Bonecas de porcelana
Corridas de F1

Joana
À porta do Centro de Emprego
Ofertas de caramelos
Desertos camelos
Minka a linkar

Ébrio 29
Cristo
Nietzsche
Sade
A gemer de sede
Maria Modivas Vila do Conde
Torpedo portento a rebentar

Joana
Pedro
16,30 H
Porteiro ponteiro a controlar
Na pastelaria onde o César come
Onde o César dorme Augusto
De caneta em punho
Punhos no nariz que sangra
Jesus na cruz
Madalenas à solta
Margaridas às voltas
Na Ribeira na Sé
No site nas quintas do Ribeiro
Nos Autos de Fé
Á porrada com os máfias
Puta madre sierra madre sierra maestra
Com o Che com Chávez na Venezuela
Na Colômbia na Argentina no galo no Peru

Dar-te flores cravos Abril
Orquídea selvagem
Na minha garagem
Cocktail molotov no armazém
Maio de 68
Paris Roma Funchal
Quartel infernal
Direcção regional
Comité central
Mistério ministério
Armada professora em Almada
Maria, foge já
Com o António
Irmão camarada Lisboa Rua do Carmo
Mães de Maio na praça
Na TV nos jornais em Mombaça
No alto da torre de controle
Sincero-canta
Tu em mim
No Auto da Barca
No alto da arca
Sexo na praia na arca frigorífica
Braga Cátia S. Marcos
Hospital
Entrar na foto
Sair do esgoto
Rato roto na rata
Apanhar o susto
Busto mamas mini-saia
Encherto de porrada
Rui rei da imagem
Na Avenida dos Banhos
Satanás à solta
A jogar à lerpa com Deus e Alá
A caminho de Meca tanto dá
A comer suecas
Copas dinamarquesas
IVA a 21%
Um clic em Copenhaga
Parafusos na tola
Que rola e enrola
Como a pasta a circular
Ana Maria sem trabalho
Mais um puto para o caralho
Bilhetes na central ao preço do carvalho
Braga Porto Póvoa
Gonçalo Cristóvão
Putas travestis marinheiros
Roubos de igreja
Extravio de telemóvel
A PT dentro do cu do conde
Anarca alucinado
Um broche ao Estado!
266 Câmara Municipal
O vigilante controla o andante
Mão na coima
António Ribeiro no Chiado
A descer a rua do Carmo
Internet Minka mocada
Basta! Diz o Senhor do Vale
A caminho do Carnaval

Morte aos bancos!
Apesar da simpatia
Apesar da fantasia Sapataria
Bárbara Fernanda
Caminho de néon…bom…bom…
Amazonas…boazonas…
Come…come…come, baby…
UH, baby, baby, baby,
Canta o Plant
Rega a planta
Estórias da noite

Maria Carvalho na serra
À cata de papéis
Rata que mata
Rostos de álcool
0% para os pensionistas rotos
E a Alexandra Bento bebe água benta
Em S. Bento

Anda
Joana
Vem comigo
Até ao inferno
Terno fogo

Anda
Rosa
Amar o artista
Que vem do norte
Do burgo
De S. Petersburgo
Do frio do gelo da fonte
Dos icebergs dos vikings dos géisers
Da Islândia da Gronelândia

Vem,
Mulher,
Em Maio em Abril
Ao Gerês
À cena que vês
Acabar de vez
Com este fado!

Vilar do Pinheiro, “Motina”, 24/25 Abril 2006

Wednesday, September 08, 2010

MANIFESTO POR UM PAÍS LIVRE DE POBRES

MANIFESTO POR UM PAÍS LIVRE DE POBRES
MANIFESTO POR UM PAÍS LIVRE DE POBRES

POBRES, NÃO! ESTRANGEIROS, NUNCA! ANARQUISTAS, JAMAIS!

Acabou, finalmente, a pobreza, a pedincha e a anarquia dos mesmos de sempre.
Nasce uma Nova Sociedade, inspirada pelo pequeno grande Sarkozy e regida pela ciência aritmética dos mercados, pelas inspiradas leis da indústria, comércio e finança!
Agora, todos os pobres, todos os estrangeiros, os anarquistas, iconoclastas, ateus, revoltosos e inadaptados terão um rumo a seguir. Criaremos novas normas, uma nação nova, leis que todos terão de seguir, de forma ordeira e exemplar, segundo o modelo 2177-A do Diário da Republica - IIª série. Os pobres, os estrangeiros, os anarquistas e os demais, serão examinados cuidadosamente nos Laboratórios da Direcção Geral dos Assuntos Fiscais, para avaliar do seu estado físico, mental e, sobretudo, financeiro.
Os que merecerem a aprovação dos Serviços serão devidamente normalizados, desinfectados e hermeticamente fechados!
O critério fundamental para a aprovação prende-se com a saúde financeira de cada espécimen, de acordo com as seguintes regras:
1 – Só é permitida a estadia em Portugal, aos estrangeiros com emprego, que não tenham dívidas de qualquer espécie, como por exemplo, renda de casa, merceeiro, água, luz, telefone, prestações de carro e electrodomésticos. Também incorrem em expulsão os indivíduos de nacionalidade estrangeira que procurem eximir-se ao pagamento do transporte colectivo, da quota do seu clube de futebol ou qualquer outro pagamento.
2- Todos os pobres nacionais que não tenham emprego, ou incorram em dívidas descritas no ponto 1, perderão a nacionalidade portuguesa.
3 – Não é permitida a estadia em Portugal a indivíduos sem nacionalidade definida.
4 – Todos os anarquistas, iconoclastas, ateus, revoltosos e inadaptados, serão submetidos a exames periódicos por parte do Observatório de Segurança.
5 – Todos os indivíduos referidos em 4, que não corresponderem aos parâmetros estabelecidos pelo Observatório de Segurança, particularmente por representarem um perigo para a ordem pública e a tranquilidade dos espíritos ou se revelarem pobres, perderão a nacionalidade portuguesa.
Todos os indivíduos que sejam expulsos do país, terão direito a uma passagem de avião, só de ida.
Os processos de expulsão democrática serão integrados num nível de gestão industrial, organizada e gerida como uma fábrica de enchidos!!!
Expulsões sim; mas muito humanas, com licença e autorização.
Expulsões, sim; mas homologadas pela ASAE e restantes organismos oficiais
Expulsemos os pobres, os heréticos, os anarquistas e demais espécimen deste tipo e marchemos, cantando e rindo, com as carteiras recheadas!
Mais uma vez daremos o exemplo ao mundo. Construiremos um mundo asséptico e inodoro, onde não cabem os pobres, os estrangeiros se forem pobres, e todos os revoltosos. Todos aqueles que não dão garantias de solvabilidade não interessam à nossa Pátria.
Todos terão de se submeter às leis supremas do mercado.
Só importam os úteis, produtivos e rentáveis!!!

DIRECÇÃO GERAL DA COLONIZAÇÃO DAS MENTES