Saturday, February 20, 2010

DISCURSO À NAÇÃO


Discurso de António Pedro Ribeiro, candidato à Presidência da República, poeta, diseur, performer, anarquista a proferir na próxima terça, pelas 22,30h, no Clube Literário do Porto e na próxima quinta no Art 7 Menor em São João da Madeira pelas 22,30h.

"It's all fucked up!", "Está tudo fodido!", como dizia o Jim Morrison. Nem rei nem rock. O governo na mão de vigaristas, de vendedores da banha da cobra. O homem reduzido ao elementar, aos instintos primários, à mera sobrevivência. Uma terra inóspita de gente deprimida, desesperada. "All the children are insane/waiting for the summer rain". "Todas as crianças atacadas pela loucura/ à espera da chuva de Verão". This is the end. Isto é definitavamente o fim ou talvez o novo começo.
Não me venhas agora dizer que a revolução não está próxima. Não me venhas agora dizer que está tudo morto, que nada há a fazer.
Só a revolução vale a pena. A revolução é a única solução. Afastai de mim o vosso paleio mansinho. Afastai de mim os vossos negócios e a vossa conversa de velhas. Não quero saber de niilismos nem de humildades. Não trabalho nem me sacrifico. Só trabalho, só me sacrifico em prol da revolução. E ela está próxima. E ela sorri. Sorri no meio do dilúvio da Madeira. Sorri no meio das palavras dos inconscientes. Vem ter comigo cada vez mais quanto mais te enterras na depressão. Vem ter comigo mais e mais. Vem ter comigo quanto mais me dais este ambiente de pasmaceira. Não há outra saída. Vivemos estes anos todos para chegar aqui. Passamos todos estes infernos para chegar aqui. Somos do mundo. Somos daqui. Estamo-nos a cagar para o além! Queremos o aqui e o agora! Os vindouros que venham a seu tempo. Isto é nosso! ISto é absolutamente nosso! Não há aqui primeiros-ministros, nem Presidentes, nem executivos vigaristas e imbecis. Isto é o Homem, porra! Isto não està à venda nem está cotado na bolsa! Isto és tu, sou eu, é o Homem, porra! Estamos a falar do amor. Estamos a falar da dignidade. Estamos a falar da construção do Homem. Estamos fartos do homem dos bancos, do homem da bolsa, do homem do hipermercado. Tudo isso falhou. Tudo isso está morto. Tudo isso destruiu o homem. Estamos a falar da reconstrução. Estamos a falar do começar de novo. Estamos a falar da criação. Não me venhas com discursos conciliadores nem com porreirismos de pacotilha. Estamos a falar do que vai ser. Estamos a falar do que é.

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