Tuesday, January 12, 2010

TESTAMENTO

TESTAMENTO

Se um dia visitares o meu túmulo
Recorda-me como um transeunte amável
Que, em tempos, cruzou o teu caminho
E compartilhou algumas das tuas horas

Lembra, com ternura,
Alguém que, acima de tudo,
Amava o mar e as estrelas
E que, por vezes,
Te fez sorrir.

Recorda também
As noites
Em que a poesia me inflamava
E a fúria do excesso
Cavalgava dentro de mim…

Braga, “Correio do Minho”, 18.3.1992.

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